domingo, 27 de maio de 2012

BIBLIOTECONOMIA - EBDSC TURMA 1970



Memórias...
Foto guardada
Memórias recolhidas
Memórias restauradas.

Memórias...
No presente
tecem retalhos de lembranças
do passado que se faz tão presente.

Memórias...
que não se esgotam
não se desgastam
não se apagam e não se esquecem...

Memórias...
Contam tempo em décadas - quatro.
Alinhavam expectativas dos sonhos
concretizados. No presente a lembrança vivaz.

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Esses encontros inusitados que as vezes parecem acontecer só com bibliotecários, tornam nossa jornada curiosa. Encontros em livrarias, em sebos, em bibliotecas, em cybers.
Nossa turma de 1970 fora dividida em duas. Manhã e tarde.
A mim, o período vespertino.  
Os horários privavam o grupo, em número de oitenta, dos encontros: Irma, Vera, Solange, tantas outras...  
Éramos a maioria. Apenas dois homens - Nério Sacchi Junior e Gerson Edson de Toledo Pizza. Por serem os únicos, fácil lhes fora guardar todo o nome. Este último estudava em minha classe.
Vez ou outra reconheço-o na rua, nas reportagens em revistas. Ainda não nos deparamos frente a frente.
Recentemente, encontro Nério na biblioteca pública em São Carlos.
No primeiro contato não pudemos nos reconhecer.
Os anos cobram o distanciamento, entretanto, logo na pesquisa que fora buscar, ele se apresenta dando sua participação. Lá estávamos a pesquisar, cada qual o seu interesse. Mas, sabe como é - bibliotecário uma vez, bibliotecário sempre.
Depois viera o encontro através do facebook. O comentário sobre a foto. Esta ao menos pudera supor existir. 
Confesso também não me recordar daquele registro. Atônita, envergonhada, toda suja, pintada. Aquela situação apresentava-se a mim bizarra. Ao menos pude usufruir do momento único. 
Hoje as lembranças me retornam vivas, embora detalhes passam despercebidos.
Fora uma época que marcara uma geração - nossa geração.
Anos de muito estudo, pesquisa, seminários, provas intermináveis, envolvimento, comprometimento. Computador e Internet, sonho ainda distante que ao menos pudera ser vislumbrado. Apenas resquícios em nossas aulas de programação - a mim linguagem aquém das minhas expectativas.
Envolvia-me com a literatura. A história da arte, do livro, levavam-me aos encontros em bibliotecas medievais. Teciam sonhos de jovem sonhadora. Obras de arte, transportavam-me a amplas salas e seus livros encadernados, dispostos de forma organizada.
Podia então compactuar minha própria casa. Estantes de madeira. Livros que meu pai orgulhosamente formava. Era eu que, desde a minha meninice, agrupava-os por assunto a meu critério. Sentia prazer ínfimo em manter uma ordem. Quem sabe até dava início ao meu querer bibliotecária, parêntesis este que me transporta ao início da década de 1960. 
Saímos profissionais, cada qual com seus sonhos. Cada qual a formatar o próprio caminho. A forjar a trilha profissional. A recolher retalhos pelas sendas criadas, orientação que dona Carminda nos transmitia em suas aulas. Magistral lembrança.
Hoje, fora-me, este presente, significativo por demais.
Sabe esses presentes que nos chegam sem que esperássemos e nos tornam tão felizes e até nos trazem um quê de saudade?
Não uma saudade saudosista, doída, mas uma saudade que pode contar o tempo, saber sê-lo gratificante, mas que passado.
Mais um retalho recolhido para a geração vindoura. Mais um registro de memória que, embora breve tem um registro singular.
Dos jovens na foto, não consigo resgatar todos os nomes. Ao menos consigo me lembrar de todos os colegas, mas alguns me chegam no presente e nos comunicamos a miúde : Irma Bloch, Isabel Martins de Almeida (nada de parentesco apenas coincidência feliz no nome), Nério Sacchi Junior outros que estou a buscar.
Memórias que estou a registrar.
Quem sabe até possamos formar uma colcha de retalhos com nossas lembranças.
Quem sabe... 

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foto do arquivo particular de Nério Sacchi Junior
recuperação, montagem de imagem e texto de Inajá Martins de Almeida

sábado, 12 de maio de 2012

O SEMEADOR DE LIVROS - José Xavier Cortez

"Em pleno século XXI ainda é possível ser feliz, apostando num ideal e trabalhando por ele". 
José Xavier Cortez 



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